quarta-feira, 9 de março de 2011

Crônica: Chique é ser...

CHIQUE É SER...




Acredito que poucos saibam verdadeiramente o que é ser chique, embora muitos pensem que o são e tentem ensinar os outros a fazer isso. Como a maioria das definições, esse é um conceito obviamente difuso. Cada um entende como quer. Bem, eu me acho no direito de pensar que a “chiqueza” vai bastante além do que boa parte das pessoas pensa que ela é. Não que eu acredite veementemente ter essa característica, mas, mesmo que eu não tenha nem um pouco, isso não quer dizer que não a possa perceber e admirar quem possui.

Tem gente que se acha simples, extremamente simples. Mas não se anima a sorrir para o garçom quando faz o pedido em um restaurante, por exemplo. Dá ordens, com arrogância. E se sente lesado o suficiente para reclamar do atendimento. Isso não me parece nem um pouco elegante. Também tem gente que se acha “simples” o suficiente para escolher acordar reclamando, dar um “Bom dia” com cara de nojo, não dar atenção aos outros, importar-se apenas com seu próprio umbigo e pensar que a aparência física de alguém é que define quem é chique ou não. Julgar pela aparência é coisa de gente invejosa, pobre de espírito, vazia.

Já que falamos em aparência, não posso deixar de pensar no termo “ostentação”. Aparência é o de menos. Ser “chique” é ser realmente simples. Não o “simples” que se faz de vítima, que se inferioriza para chamar a atenção, que só se preocupa consigo mesmo. Isso é uma simplicidade provocada, narcisista, usada por quem quer se aproveitar dos outros. Falo do simples que não se importa (ou ao menos não demonstra se importar) com o que tem. O simples que não perde tempo se vangloriando nas rodas de conversa, porque tem muito a ensinar e a aprender com os outros e não quer perder tempo com futilidades. Aquele que não deixa de investir nas riquezas exteriores e, sobretudo, sabe investir nas riquezas interiores. A arrogância e os rótulos não cabem em pessoas verdadeiramente elegantes

A elegância das pessoas não se limita a belos trajes, maquiagens ou penteados. É elegante aquele que sabe ouvir e dar atenção aos outros, que sempre procura algo para dizer quando alguém tem alguma coisa para contar. É chique quem sabe perdoar, quem é verdadeiro e não dá ouvidos ao que pessoas negativas têm a dizer. Também é muito chique quem sabe tratar a todos da mesma maneira, com educação, independente de cargos ou posição social. Elegante é estar de bem com a vida, saber valorizar as coisas boas que se tem e aprender a minimizar os problemas. Aceitar que nem tudo são rosas, mas que o rumo das coisas quem faz somos nós, e que a nossa “cara” diante da vida pode definir o rumo das nossas possibilidades e relacionamentos.